Apesar de a Lei da Cadeirinha começar a valer amanhã no País todo, a Guarda Municipal e a Polícia Militar do Rio avisam que os cariocas terão uma semana de tolerância para se adequar à norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que determina o uso obrigatório de cadeiras especiais ou assentos de elevação para transportar crianças de até 7 anos e meio em veículos.
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Em notas, os órgãos informam que, na primeira semana, vão apenas orientar motoristas. Só na semana que vem, começarão a aplicar multas. Conforme a Resolução 277 do Contran, descumprimento da norma custará 7 pontos na carteira (infração gravíssima), apreensão do carro e mais R$ 191,54. A Guarda afirma que 770 guardas vão atuar no alerta aos infratores.
"Além disso, 163 guardas do Grupamento de Ronda Escolar vão estar nas portas das escolas municipais, na conscientização dos pais ou responsáveis para o cumprimento da resolução", avisa trecho da nota. Segundo o órgão, a fiscalização será rotina da corporação.
O prazo de tolerância para motoristas foi um alívio para quem ainda não comprou o equipamento, em falta na maioria das lojas especializadas. O taxista Rodrigo de Oliveira Honório, 27 anos, que tem duas filhas, de 3 e 2 anos, calcula que desembolsará mais de R$ 500. "Já percorri várias lojas e não consegui encontrar as cadeirinhas. Não acho justo emitirem multas, pois os dispositivos estão escassos no mercado", argumentou.
Depois de percorrer várias lojas, o advogado Ronaldo Batista da Silva, 39, conseguiu comprar, ontem, um assento de elevação de R$ 119 para o filho Lucca, 4, na Tico Tica Bum, uma das poucas lojas que têm os equipamentos em estoque, no Shopping Nova América, em Del Castilho. "É melhor cumprir a lei do que arcar com as consequências depois", comentou. Segundo a gerente da loja, Luciene Ventura, 31, só no fim de semana foram vendidas 100 cadeirinhas. "Temos mais 100 no estoque", garantiu, ressaltando que os preços variam de R$ 119 a R$ 800.
Fabricantes no limite de sua produção
Os maiores fabricantes de cadeirinhas para carro trabalham no limite de produção. Segundo a supervisora de Marketing da marca Burigotto, Teresinha Cotin, as encomendas subiram 90%, obrigando a empresa a contratar mais 200 funcionários nos últimos seis meses. "Tivemos que aumentar mais um turno de trabalho. Atualmente contamos com 500 trabalhadores e ainda temos vagas", diz.
A Galzerano, outra fabricante, registrou aumento de 200% nas vendas em um único mês, quando a gerência previa crescimento de no máximo 80%. Resultado: os prazos para as entregas dos pedidos tiveram que ser revistos, subindo de 20 para até 65 dias. A direção da empresa ressalta que a produção da fábrica, em Limeira (SP), também chegou ao limite.
32% das mães que levam filho no carro usam cadeirinha
Pesquisa divulgada ontem pela ONG Criança Segura com mães de 5 capitais brasileiras mostrou que só 32% das que transportam filhos em automóveis usam cadeirinha, bebê-conforto ou assento de elevação.
Entre as que não usam o equipamento, 59% têm filhos de até 7 anos e meio. Segundo o estudo, feito pela Ipsos, do total de famílias que compraram o equipamento, 92% o fizeram por segurança, 17% por ser obrigatório e 9% para proporcionar conforto às crianças. Embora a maioria das mães que não têm o equipamento transporte os filhos no banco traseiro, 18% admitem que a criança vai na frente.
Segundo o Ministério da Saúde, seis mil menores de 14 anos morrem e 140 mil são hospitalizados por ano após acidentes de trânsito. As colisões com vítima são mais comuns em ruas de pouco movimento.
O Dia
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